Há exatos 23 anos, no dia 1º de abril de 1997, o anime de Pokémon fazia sua estreia no Japão e apresentou aos fãs Ash Ketchum e Pikachu, os grandes protagonistas da história. A animação continua em exibição até hoje e já totaliza mais de mil episódios exibidos, além de ter conquistado uma legião de fãs ao longo dos anos mundo afora.
Justamente por ter uma vida tão longa, a animação possui uma série de curiosidades que valem ser notadas. Por exemplo, você sabia que o Pikachu não seria o Pokémon inicial de Ash originalmente? E que os animadores já fizeram mudanças com medo de possíveis estereótipos racistas?
Caso queira conferir essas e mais curiosidades envolvendo o anime de Pokémon, continue com a leitura abaixo.
Clefairy seria o Pokémon inicial de Ash
Clefairy é um dos monstrinhos mais conhecidos da franquia e um dos primeiros a ser desenvolvido para os games. Por conta disso, inicialmente, os animadores consideraram escolher o Pokémon tipo fada para ser companheiro de Ash.
Um dos motivos é que o mangá de Pokémon, lançado pouco tempo antes do anime, tinha justamente um Clefairy como protagonista. No entanto, os animadores e a equipe de marketing notaram que o monstrinho não tinha um apelo tão grande e optaram por substituí-lo pelo Pikachu.
Porygon nunca mais apareceu no anime por conta do episódio banido
Como já estamos cansados de saber, a maior polêmica do anime de Pokémon envolve aquele famoso episódio do Porygon que fez centenas de crianças japonesas serem hospitalizadas. Ele foi banido no resto do planeta e essa se trata de sua única exibição na história da animação.
O estigma criado por esse episódio foi tão grande que o Porygon jamais apareceu novamente ou foi mencionado no anime de Pokémon, o que inclui até mesmo suas evoluções, Porygon2 e Porygon-Z.
Os animadores substituíram Brock por acharem que ele era racista
Brock é um dos personagens mais queridos de Pokémon. O antigo líder do ginásio de Pewter ficou conhecido por ter cabelo espetado e olhos que estão sempre fechados. No entanto, essa segunda característica causou sua saída temporária da animação.
Masamitsu Hidaka, ex-artista do anime, já afirmou em entrevista anterior que após o anime começar a se popularizar no ocidente, a equipe ficou com receio de que os olhos fechados de Brock fossem racistas por estereotipar asiáticos. Para evitar qualquer tipo de polêmica, decidiram substituí-lo por Tracey, que ajudou Ash durante a saga das Ilhas Laranja.
No entanto, após perceberem que os fãs sentiam falta de Brock, os animadores optaram por trazê-lo de volta ao anime.
O anime fez a Nintendo mudar o visual de Jynx
Quem acompanha Pokémon há tempos sabe que Jynx sempre foi um Pokémon polêmico. No primeira game, ela tinha rosto negro, um corpo cheio de curvas, lábio carnudos e ataques que envolviam sensualidade e atração.
No entanto, isso não deu muito certo no anime, já que muitos fãs acusaram Jynx de ser racista por estereotipar negros. Tanto que o episódio em que ela aparecia chegou a ser temporariamente banido em alguns lugares do mundo.
Por conta da polêmica, a Nintendo achou melhor colorir o rosto de Jynx de roxo, mudança que persiste até hoje.
Os outros episódios banidos de Pokémon
Esse assunto já rendeu uma lista anterior aqui no Ei Nerd, mas vale citá-lo novamente. O episódio banido do Porygon está longe de ser o único que sofreu o mesmo destino.
No capítulo “A Lenda de Dratini”, os protagonistas entraram na Zona Safári e Ash foi ameaçado pelo guarda do local, que estava armado. A Equipe Rocket também apareceu portando armas de fogo e Meowth foi visto com um bigode semelhante ao de Adolf Hitler.
Outro episódio foi banido por seu conteúdo sexual, ao retratar James com um par de seios falsos e bem fartos.
Existem também capítulos que foram banidos por retratarem tragédias naturais, como terremotos, acontecimento muito comum no Japão.
Takeshi Shudo
Se você aprendeu a gostar de Pokémon por conta do anime, agradeça Takeshi Shudo. O animador foi o responsável por desenvolver as histórias das primeiras temporadas da animação, criou Jesse e James e o famoso lema deles e também assinou o roteiro dos três primeiros filmes da franquia.
No entanto, Shudo queria que a série fosse voltada para crianças e também adultos, o que resultou em uma série de problemas com o restante da equipe. Em 2002, decidiu abandonar a animação por conta dessas diferenças criativas, bem como por acreditar que a fórmula estava repetitiva. Ironicamente, algum tempo mais tarde, o anime começou a focar um público mais velho.
Takeshi Shudo morreu em 2010 por conta de uma hemorragia cerebral.
Roteiros reutilizados
O anime de Pokémon também tem suas críticas, tanto que sua jornada é composta de vários altos e baixos. Um ponto de críticas é que a animação parece reaproveitar roteiros de vários episódios. Quer ver alguns exemplos?
- Episódios em que parte do elenco fica paralisado por esporos e aqueles que não foram afetados precisam encontrar uma cura para o problema;
- Algumas vezes, Jesse e James quebram sua parceira, para no final do episódio, notarem que precisam um do outro;
- Pikachu rompe laços com Ash por algum motivo de força maior, mas os dois acabam se reconciliando e mantendo a duradoura parceira entre eles;
- Muitos episódios no continente de Johto tinham a seguinte história: Ash e companhia conhecem um treinador com um Pokémon que não conheciam. A Equipe Rocket decide roubá-lo, mas Ash e Pikachu impedem os planos do vilão.
Os bolinhos de arroz do Brock
Por fim, existe uma cena dos primórdios do anime que se tornou um meme nos Estados Unidos por conta das diferenças culturais com o Japão.
Há um episódio em que Brock faz alguns bolinhos de arroz (conhecidos como oniguiri no Japão) para Ash e Misty. No entanto, a dublagem americana os chamou de “donuts”, apesar de ainda se tratarem claramente de bolinhos de arroz. O público por lá jamais perdoou tal erro e a cena se tornou um meme por lá.
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