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No ano de 1976 a Honda lançou a sua primeira motocicleta "made in Brazil", a Honda CG 125 “bolinha”, sucesso instantâneo de vendas.
A paixão do brasileiro por motos é indiscutível! Afinal, essa é uma relação que não surgiu com os novos modelos e tecnologias das motos, pois a lista de favoritas dos brasileiros é repleta de motos clássicas.
O mercado de motos no Brasil decolou no ano de 1976, após um decreto do então presidente Ernesto Geisel, que determinou a proibição da importação de motocicletas para o país. Esse fato ocorreu na época em que o Brasil estava no ápice da ditadura militar.
Você é apaixonado por motos clássicas? Então esse post é perfeito para você! Continue a leitura e conheça mais sobre motos clássicas que fizeram história no Brasil.
Vespa - 1974
A primeira vez que a moto italiana foi montada no Brasil foi em 1958, quando os modelos M3 e M4 foram feitos pela empresa carioca Panauto, com motor dois tempos, de 150 cc. Depois, a partir de 1974, o scooter passou a ser montada na Zona Franca de Manaus (AM) a partir de 1974, nos modelos Ciao 50 e 150 Super durante 10 anos até que as marcas Caloi e Piaggio se uniram para formar a Motovespa .
Então apareceu o modelo PX , com motor de 198 cc, equipado com ignição eletrônica que funcionava com câmbio de 4 marchas. Suas vendas foram crescendo no Brasil e atingiram o auge em 1986, quando a Vespa se tornou a segunda marca de scooters mais vendida no Brasil, atrás apenas da Yamaha.
Honda CG 125 - 1976
Antecipando-se à proibição de importações de motocicletas imposta pelo Decreto-lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, a Honda decidiu fabricar motocicletas no Brasil, beneficiando-se de incentivos fiscais oferecidos às empresas que instalassem fábricas na Zona Franca de Manaus, iniciando a fabricação da CG 125.
Ao invés de copiar o modelo CB 125 importado até então, a Honda decidiu criar um produto novo, mais adequado à realidade financeira do brasileiro, oferecendo acertadamente um produto que coubesse no nosso bolso.
Na ocasião do seu lançamento houve alvoroço e muita festa, contava-se os dias para que pudéssemos ver na vitrine a esperada 125 nacional. Até o Rei Pelé foi chamado para ser o garoto-propaganda da Honda.
A procura foi tão grande que qualquer candidato a adquirir o novo modelo tinha que entrar em longas filas de espera e sujeitar-se ao ágio que concessionárias inescrupulosas passaram a cobrar dos mais apressados. Mas nada disso impediu o estrondoso sucesso da nova moto. Já no ano seguinte ao seu lançamento a CG 125 era a líder, responsável por 80% das vendas de motocicletas no Brasil, posição de liderança que ocupa até os dias de hoje.
As primeira que chegaram só eram oferecidas na cor laranja, somente mais tarde começou a vir também da cor azul.
Além do design modesto, comparada a CG importada e o acabamento espartano, a nova CG 125 trouxe duas novidade diferentes do que conhecíamos até então:
A primeira foi o câmbio de quatro marchas derivado da Honda Dream, quatro marchas todas para baixo, sem ser rotativo, ou seja, o retorno ao ponto-morto era feito escalando-se as marchas em sentido inverso (para cima), para facilitar a redução das marchas a Honda instalou uma alavanca de câmbio equipada com extensão para acionamento pelo calcanhar; avançava-se as marchas com a ponta do pé e retornava-se com o calcanhar.
A segunda mudança foi no posicionamento da chave de ignição que ao invés de estar no painel, foi deslocado para sob o tanque de combustível, no lado esquerdo, próximo às bengalas e trava de guidão. Era necessário deitar o corpo para o lado para poder visualizar o local de inserção da chave.
A moto era muito boa, robusta, seus componentes eram feitos de material resistente, principalmente o motor que nunca quebrava, mesmo quando exigido além das suas especificações. Aos poucos a nova moto foi ganhando o respeito e confiança de seus proprietários, transformando-se no “fusca de duas rodas”, atendendo todo tipo de uso desde o lazer, locomoção, como também para o trabalho; foi imediatamente adotada pelos motociclistas que trabalhavam com moto-frete devido à sua economia de combustível e baixo custo de reposição de peças e manutenção.
Era o tipo de moto que preenchia as necessidades daquele momento da história quando os combustíveis eram caros e havia pouco dinheiro no bolso dos brasileiros.
- Especificações Técnicas:
- - Desempenho : Velocidade máxima : 104 km/h.
- - Consumo: - Média: 33,61 km/l.
- - Estrada: 37,14 km/l.
Em 1978 versão Ecco tinha uma profusão de cromados, câmbio rotativo de quatro marchas e sistema de economia de combustível. O motor de quatro tempos era um diferencial por ser menos poluente que os motores de dois tempos.
Yamaha TT 125 - 1979
Yamaha TT 125 foi a primeira motocicleta Yamaha produzida todo-terreno nacional de fábrica. Baseada na mecânica e estrutura da RX 125, foi completada por equipamentos projetados para permitir seu uso também no fora-de-estrada. A Yamaha TT 125 pode rodar na cidade sendo até bastante rápida para sua categoria (pode chegar a 107 km/h). Os pneus são do tipo trail, sendo uma solução intermediária que permite rodar, com algumas limitações, tanto na cidade como fora do asfalto.
O conjunto motor/câmbio é idêntico ao da RX 125, desenvolvendo 12,5cv a 7.500 rpm. Monocilíndrico de 2 tempos o motor da TT 125 tem apenas um acabamento diferente, em preto fosco.
O câmbio de cinco marchas, tem escalonamento mais linear, e a relação final foi modificada: o pinhão de 16 dentes da RX 125 foi reduzido para 15 dentes.
A lubrificação do motor é automática, Autolube, com tanque de óleo 2 tempos para 1,5 litros.
A suspensão dianteira tem garfo telescópico, molas helicoidais externas e amortecimento hidráulico. Esse garfo teve seu curso aumentado em 20mm, em relação à RX 125, totalizando 120mm. Na traseira o amortecimento é por braço oscilante, molas helicoidais acopladas a amortecedores hidráulicos, sem regulagem.
Os freios são a tambor nas duas rodas, com acionamento mecânico. Também os mesmos da RX 125, com 70mm de diâmetro.
Por utilizar muitos componentes comuns à linha RX da Yamaha, as peças da TT são de fácil reposição. A manutenção é simples, e o sistema Autolube dispensa a mistura óleo/gasolina no próprio tanque.
Na prática do todo-terreno falta um pouco de torque em baixa rotação da Yamaha TT 125. No trânsito urbano é uma moto rápida.
Uma opção para quem quer praticar o fora-de-estrada é colocar coroa e pinhão da Yamaha RX 80, por exemplo, diminuindo sua velocidade final e aumentando o torque em baixa velocidade.
A suspensão, ponto fundamental em uma fora-de-estrada, é apenas razoável em terrenos acidentados, e confortável e estável em ruas ou estradas asfaltadas. O motor de 2 tempos é agressivo, e o quadro tem reforços de montagem e soldagem. O guidão, tipo cross, é amplo, dando boa maneabilidade tanto no asfalto como na terra, onde sua largura é fundamental para manobras que exigem mais força ou apoio. O escapamento lembra um "dimensionado" de pistas, mas passa por baixo do motor "roubando" 10 cm da altura livre do solo. O consumo, no fora-de-estrada, fica entre 15 e 20 km/l. Na cidade chega entre 20/25 km/l, chegando a quase 30 km/l na estrada.
- Especificações Técnicas:
- - Fabricante: Yamaha
- - Produção: 1979-1983
- - Tipo: Motor Todo-Terreno
- - Motor: 123cc³, monocilíndrico, 2 tempos
- - Potência: 12,5 cv a 7.500 rpm
- - Torque: 1,15 kgfm a 6.500 rpm
- - Transmissão: 5 Marchas
- - Suspensão: D: Garfo Telescópio (Ceriani) | T: Braço Oscilante Triangular
- - Freios: D: Sistema de tambor de acionamento mecânico | T: Sistema de tambor de acionamento mecânico
- - Pneus: D: 2,75 x 19" | T: 3,00 x 18"
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